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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EXU

Qualquer elogio que eu faça neste texto, é infinitamente insignificante perante a grandiosidade desta entidade. A força desta entidade ainda não muito compreendida pode ser medida pela sua bondade, determinação e conhecimento.

Muitos se referem a ele como uma entidade cruel, insensível, de uma franqueza as vezes até bruta, eu o acho justo, muitos os temem e na realidade devem mesmo, pois no fundo sabem que seus pensamentos e sentimentos são por ele conhecidos.

São tantos rumores que cercam esta entidade, que acabam o tornando mitológico. Mas para mim, esta entidade é, e sempre servira de exemplo, por conta das inúmeras qualidades que possui. É um espírito de grande evolução, que possui um conhecimento e força inimagináveis, é o conhecedor e executor das leis que regem não só nosso plano, mas todos os outros. É implacável e fiel, é amigo de todos os momentos, sejam eles tristes ou felizes, está sempre cuidando de nós sem pedir nada em troca. E a maioria de nós, o que faz para agradecer este cuidado?

Na maior parte do tempo só lembramos-nos dele quando estamos com alguma dificuldade, com grandes problemas, muitas vezes criado por nós mesmos. Muitas vezes só lembramos e nem agradecemos, ou os damos em troca cigarros e marafo, o que não acho que seja a maneira de correta de agradecer uma entidade como esta ou nenhuma outra.

Devemos passar a entender que EXU é luz, é escuridão, é magia, mas também é paz, amor e fé. Exu não é apenas nosso protetor, é também nosso mentor e sempre está disposto a nos ajudar seja qual for o problema, mas sempre respeitando nosso livre arbítrio.

Vejo nesta entidade a força que nossa Umbanda possui se dentro da hierarquia o mais baixo ou o mais perto de nós é tão forte que não é possível mensurar o tamanho de sua força, nada para quem tem fé é impossível de ser alcançado. Basta apenas nos entregarmos e acreditarmos em EXU, na sua força, na sua fé, na sua humildade, no seu conhecimento, nas suas palavras e conselhos. Basta apenas escutarmos o que ele nos tem a dizer e como forma de agradecimento, pedir a nosso Pai Oxalá que o ilumine e que permita que nós tenhamos merecimento suficiente para termos como guardião e amigo um EXU.



Agradeço com este texto os meus grandes amigos, guias, companheiros e guardiões, o Sr.Exu Porva, Sr.Tranca Rua, e Pomba Gira Maria Mulambo e a todos que fazem parte de nossa corrente, que vocês recebam todas as bênçãos de nosso Pai Oxalá.



Abraços Fraternais

Fabio Souza

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

PERDÃO

NÃO PERDOAR





Bezerra de Menezes, já devotado à Doutrina Espírita, almoçava, certa feita, em casa de Quintino Bocaiúva, o grande republicano, e o assunto era o Espiritismo, pelo qual o distinto jornalista passara a interessar-se.


Em meio da conversa, aproxima-se um serviçal e comunica ao dono da casa:



- Doutor, o rapaz do acidente está aí com um policial.



Quintino, que fora surpreendido no gabinete de trabalho com um tiro de raspão, que, por pouco, não lhe atingiu a cabeça, estava indignado com o servidor que inadvertidamente fizera o disparo.



- Manda-o entrar – ordenou o político.



- Doutor – roga o moço preso, em lágrimas -, perdoe o meu erro! Sou pai de dois filhos...

Compadeça-se! Não tinha qualquer má intenção...

Se o senhor me processar, que será de mim? Sua desculpa me livrará! Prometo não mais brincar com armas de fogo! Mudarei de bairro, não incomodarei o senhor...



O notável político, cioso da própria tranqüilidade, respondeu:



- De modo algum. Mesmo que o seu ato tenha sido de mera imprudência, não ficará sem punição.



Percebendo que Bezerra se sentia mal, vendo-o assim encolerizado, considerou, à guisa de resposta indireta:



- Bezerra, eu não perdôo, definitivamente não perdôo...



Chamado nominalmente à questão, o amigo exclamou desapontado:



- Ah! você não perdoa!



Sentindo-se intimamente desaprovado, Quintino falou, irritado:



- Não perdôo erro. E você acha que estou fora do meu direito?



O Dr. Bezerra cruzou os braços com humildade e respondeu:



- Meu amigo, você tem plenamente o direito de não perdoar, contanto que você não erre...



A observação penetrou Quintino como um raio.



O grande político tomou um lenço, enxugou o suor que lhe caía em bagas, tornou à cor natural, e, após refletir alguns momentos, disse ao policial:



- Solte o homem. O caso está liquidado.



E para o moço que mostrava profundo agradecimento:



- Volte ao serviço hoje mesmo, e ajude na copa.



Em seguida, lançou inteligente olhar para Bezerra, e continuou a conversação no ponto em que haviam ficado.




pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.